Por Leydiane Alves
A Universidade Federal de Goiás (UFG) foi palco do TalkScience, um evento organizado pelos alunos de mestrado e doutorado do Programa de Pós-Graduação em Agronegócio, no dia 16 de julho. O encontro reuniu especialistas e profissionais do setor para discutir os desafios e as oportunidades que permeiam o agronegócio brasileiro, com ênfase na sustentabilidade e na inovação.
O encontro teve a presença de Douglas Paranahyba de Abreu, coordenador do Polo Sebrae Agro, que apresentou uma análise dos desafios enfrentados pelos pequenos negócios no setor rural e a relevância da pesquisa científica para superar essas dificuldades. Douglas destacou os obstáculos que o Sistema Sebrae e suas entidades parceiras enfrentam na tarefa de impulsionar os pequenos negócios em um setor marcado por alta tecnificação e investimentos substanciais. Ele apontou que, apesar das barreiras impostas por esses fatores, existem oportunidades significativas e arranjos produtivos e institucionais que podem ser melhor aproveitados pelos pequenos empreendedores rurais.
Douglas enfatizou a importância das investigações científicas na tomada de decisões mais precisas e sugeriu que a universidade intensifique seu envolvimento com os problemas enfrentados pelo setor produtivo. O Brasil, com sua vasta extensão territorial e um agronegócio altamente heterogêneo, oferece um campo fértil para pesquisas sobre questões que ainda carecem de respostas definitivas.
A coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Agronegócio da UFG, Sybelle Barreira, também esteve presente no evento e, além de participar dos debates, destacou ainda a parceria crescente entre a academia e o Sebrae. “Estamos felizes que nossos egressos possam ajudar a sociedade por meio do Sebrae, especialmente no agronegócio”, afirmou Sybelle. Ela enfatizou a importância do Polo Sebrae Agro na aproximação das pesquisas acadêmicas com as necessidades dos agricultores familiares e produtores rurais.
Agro sustentável
Camila Storti, mentora e conselheira em ESG, também participou do bate papo e destacou a importância das soluções baseadas na natureza para o avanço do agronegócio sustentável. “O Brasil tem a oportunidade de protagonizar o agronegócio sustentável no mundo por meio de tecnologias como reflorestamento, agricultura regenerativa e biofertilizantes”, disse Camila.
Ela também ressaltou que tecnologias como a restauração de áreas degradadas, desmatamento evitado e a agricultura sustentável são fundamentais para uma produção de baixo carbono. Camila enfatizou ainda a importância da comunicação para promover a imagem do agronegócio brasileiro. “Hoje, o grande agricultor é quem mais preza pela terra e pela preservação do solo. No entanto, o Brasil precisa se posicionar melhor, comunicar suas boas práticas e participar dos debates globais sobre sustentabilidade”, destacou.
Já o pesquisador da Embrapa e docente do Programa de Pós-Graduação em Agronegócio da UFG, Alcido Wander, abordou a possibilidade de conciliar aumento de produtividade com conservação ambiental. “O aumento da nossa produtividade permite poupar recursos como terra e água, aumentando nossa competitividade nos mercados globais”, explicou Alcido. Ele ressaltou que “a Embrapa, desde sua criação, realiza pesquisas estruturantes que são a base para o surgimento de novas tecnologias e startups no setor.”
Alcido destacou que, ao ampliar a produtividade, o Brasil pode melhorar a conservação dos recursos. “Temos uma situação hoje onde o agro no Brasil consegue conciliar muito bem produtividade com conservação de recursos, e isso ficou bastante evidente nos exemplos discutidos no evento”, comentou.
Fotos: UFG